A 'carga de sofrimento grave relacionado com saúde irá quase duplicar até 2060', de acordo com o estudo conduzido pelo King's College London.
A integração dos cuidados paliativos nos sistemas de saúde torna-se premente, tal como sublinha a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos na posição pública que assume sobre este estudo, do qual é co-autora.
De acordo com Duarte Soares, Presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), "esta é a primeira projeção mundial conhecida sobre a carga de sofrimento que é elegível para prestação de cuidados paliativos e que traça um quadro muito preocupante, quase dramático sobre o futuro dos cuidados de saúde em diversas regiões, onde se inclui Portugal, com um aumento exponencial da carga de doença, da morbimortalidade e das necessidades paliativas das populações". Para o Presidente da APCP, é "incompreensível, até mesmo intolerável que se prossiga o caminho de menosprezar o sofrimento dos cidadãos, desvalorizando questões tão decisivas como a criação de serviços de cuidados paliativos no SNS, a imoral falta de recursos humanos, a necessidade de integração entre sector público, social, solidário e humanitário, ou o apoio ao cuidador informal, naquele que é o maior desafio clínico e social para o país nas próximas décadas".
A necessidade premente de uma integração mais efetiva dos cuidados paliativos no sistema de saúde português é também uma das preocupações da APELA, nomeadamente no que diz respeito ao acompanhamento da pessoa com ELA. Este será um dos temas em destaque na mesa redonda do evento que a APELA está a organizar para assinalar o Dia Mundial da ELA, agendado para 21 de Junho e com lugar no Fórum Picoas, em Lisboa.