«Carlos Sá, ultramaratonista português com maior reconhecimento internacional na modalidade. O seu currículo é vasto em competições nacionais e internacionais incluindo variadas ultramaratonas de montanha e de estrada e desafios sob condições climatéricas extremas quer no deserto, gelo ártico e floresta tropical».

Em entrevista à APELA, Carlos Sá fala nas ideias de aprisionamento e impotência com as quais tem dificuldade em lidar naquela que é a sua atividade profissional, mas também destaca os desafios com os quais é confrontado em contexto de trail e do papel que os cidadãos ou figuras públicas deverão ter no momento de contribuir para a promoção de um maior conhecimento e consciencialização para problemáticas tão complexas, como aquelas que circundam o diagnóstico de uma patologia como a ELA.

«Não consigo imaginar o quão fortes têm que ser as pessoas que vivem com doenças como a ELA», Carlos Sá.

1. Quando, e em que contexto, tomou conhecimento da sintomatologia que caracteriza uma doença como a ELA?

Conheci a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) através do caso do físico Stephen Hawking.

2. A ideia de aprisionamento é algo que, de alguma forma, o inquieta, na condição de pessoa e enquanto Ultra Runner?

É algo que pensamos acontecer apenas aos outros, até tomarmos conhecimento de um amigo próximo que foi diagnosticado ou até mesmo, quando também nós somos confrontados com alguma lesão ou doença.

Eu próprio estou há oito meses a recuperar de uma lesão grave e é inacreditável a sensação de impotência. Não consigo imaginar o quão fortes têm que ser as pessoas que vivem com doenças como a ELA. 

3. Sendo o Carlos Sá, uma figura francamente reconhecida na área do desporto e com uma capacidade notória para mobilizar aqueles que encontram em si uma fonte de inspiração, de que forma encara a sua responsabilidade no abraço a causas sociais?

Se os cidadãos comuns têm essa responsabilidade, nós temos uma responsabilidade acrescida. A participação ativa nestas causas, é fundamental. Por vezes, com tão pouco podemos dar muito a quem tanto precisa.

4. Que mensagem deixaria aos doentes e cuidadores, confrontados com o diagnóstico de ELA?

Passo por momentos difíceis nos meus desafios extremos. Nesses momentos, tento encontrar energia positiva em pessoas e em casos como os vossos. O meu sofrimento é insignificante perante tamanha vontade de viver como é a vossa. Nunca desistam dos vossos sonhos!

Para ver e ouvir a mensagem de apoio à ELA e à APELA, clique aqui.